Movimento em Defesa da Escola Pública luta por pólo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) em Pentecoste
(UAB) em Pentecoste
ONG já preparou mais de 350 jovens que ingressaram em Universidades em Fortaleza
A experiência de 15 anos da ONG Instituto Coração de Estudante e do Programa de Educação em Células Educativas (Prece), será aplicada para atrair a Pentecoste um pólo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), do Ministério da Educação. O movimento que neste período já levou mais 150 jovens do município para a UFC agora quer trazer a UFC e outras universidades para Pentecoste por meio de ensino a distância e semipresencial.
Sábado, 18/07/09, em Pentecoste, a implantação do Pólo da UAB foi discutida em seminário na Escola de Ensino Fundamental Francisco Sá organizado pelo Movimento em Defesa da Escola Pública. Participaram da mesa redonda o pró-reitor de Graduação da UFC, Custódio de Almeida, Manoel Andrade, do Prece, o deputado Ariosto Holanda e o tutor dos pólos da UAB em Tauá, Orós e São Gonçalo do Amarante, Raimundo Nonato Moura Furtado.
Ariosto Holanda propôs a construção de uma sala de videoconferência no Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Pentecoste para sediar a UAB e pediu à Secretaria de Educação do município para fazer um levantamento do número de professores que não têm graduação. Garantiu que irá levar o projeto ao presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, para conseguir bolsas para os professores. O deputado anunciou também que irá ao reitor da UFC, Jesualdo Farias, para defender o pólo da UAB e que destinará recursos de emendas para a construção de um Centro de Inclusão Digital (CID) no distrito de Várzea do Gado.
Nos cursos da UAB, 40 a 50% das vagas são destinadas a professores da rede pública, informou Custódio de Almeida. Ele disse ser contra a expansão da UAB da UFC que tem mais de 3 mil alunos na modalidade, enquanto não forem resolvidos problemas estruturais. O pró-reitor indicou como diferencial para aprovação do curso da UAB em Pentecoste a elaboração de um projeto de Aprendizagem Cooperativa semipresencial com a criação de células com estudantes que moram perto. Segundo ele, a experiência de 15 anos da Prece já levou mais de 150 alunos à UFC, graduou mais de 40, tem três estudantes no doutorado e sete no mestrado.
Custódio Almeida destacou que pela UAB a experiência do Prece passaria a ser exportada. Com a metodologia de aprendizagem cooperativa adotada pela Prece, disse ele, os estudantes aprendem a ser autônomos, se ajudam mutuamente, sabem o que querem e vão em frente: “este é o aluno do século 21 da sociedade da informação. O protagonismo juvenil é fundamental. Esta experiência sendo exitosa pode ser o modelo para vários pólos no Ceará”, afirmou. As inscrições para polos da UAB em 2009 já se encerraram, mas a proposta pode ser feita para o vestibular de 2010, informou.
Francisco Onias Oliveira Moreira Júnior, da Divisão de Projetos e Assistência Tecnológica do Instituto Centec, disse que o projeto de revitalização do CVT de Pentecoste inclui sala de videoconferência e biblioteca. Manoel Andrade observou que o maior gargalo hoje para ter o polo da UAB em Pentecoste “é a administração local”. O representante da Secretaria de Educação no seminário, François Martins, disse que o órgão tem interesse na implantação da UAB e solicitou vagas ao MEC no Plano de Ação que prevê a formação de professores. Segundo ele, o município não se saiu bem na avaliação externa e não teve nenhuma escola premiada.
Após palestra no tema “Capacitação Tecnológica da População”, Ariosto Holanda sugeriu à prefeitura de Pentecoste procurar um deputado para colocar recursos de emenda para a aquisição de computadores para todos os professores do ensino fundamental de escolas públicas do Município.
A vice-prefeita Ivoneide de Moura declarou não ter autoridade para definir a posição da Prefeitura, mas anunciou que irá falar com o prefeito. O polo da UAB, diz o pró-reitor de Graduação da UFC, é formado por um tripé: a UFC-MEC, que garantem o currículo e as bolsas para o tutor, a entidade que assegura a sala de videoconferência - o CVT - e o Município, do qual se espera apoio logístico. “Só falta ma perna. Mas esse banco não vai ficar manco”, disse a vice-prefeita. “Sem o apoio do município, é muito difícil”, afirmou Custódio Almeida.
Primeira célula de aprendizagem cooperativa começou em 1994 numa casa de farinha
A Iniciativa começou com apenas sete estudantes que se reuniam em uma velha e abandonada casa de fazer farinha em 1994 em uma comunidade rural do Cipó em Pentecoste. Hoje , “a saga de jovens do campo que, se ensinando mutuamente, ingressaram no ensino superior e retornaram para desenvolver suas comunidades de origem”, se estendeu a mais sete municípios: Apuiarés, General Sampaio, Paramoti, Umirim, Paracurú, Maracanaú e Fortaleza.
Os sete primeiros estudantes formaram uma célula de aprendizagem cooperativa e, através dessa estratégia de mútua educação conseguiram concluir o ensino fundamental e médio pela Educação de Jovens e Adultos e, posteriormente, ingressaram na Universidade Federal do Ceará, informa Manoel Andrade. Mais de 350 estudantes já ingressaram no ensino superior através do Prece - 40 já estão graduados.
A metodologia utilizada pelo Prece aliada ao fato de que grande parte do capital intelectual produzido pelas ações do programa ainda continuar envolvido com suas comunidades de origem tem contribuído fortemente para a produção de capital social na região, avalia o coordenador. Segundo ele, esse capital social pode ser evidenciado pela criação da tecnologia social das Escolas Populares Cooperativas (EPCs): “são organizações comunitárias geradas e geridas por estudantes ou ex-estudantes do PRECE que já ingressaram na universidade, mas que por cultivarem um forte sentimento de pertencimento a suas comunidades, continuam envolvidos com elas para buscar seu desenvolvimento”.
Manoel Andrade conta que os estudantes e graduados do Prece organizados em EPCs retornam de Fortaleza aos finais de semana para as suas comunidades de origem para desenvolverem muitos projetos que podem ser categorizados em três grande áreas de atuação, a saber: educação formal, desenvolvimento econômico, controle social e governança.
Na educação básica, ele acrescenta, o trabalho do Prece abrange cinco áreas: educação de jovens e adultos, pré-vestibular cooperativo, incubadora de células educacionais, formação do estudante cooperativo e ações de apoio ao estudante. No ano passado, o Movimento em Defesa da Escola Pública criou o observatório do eleitor, em que os candidatos a prefeito participaram de debates, realiza um programa de rádio, edita jornal comunitário e participa em conselhos municipais de educação. O seminário de sábado foi transmitido ao vivo pela Rádio AM Difusora do Vale do Curu. Na área de desenvolvimento econômico, a ONG exerce atividades de economia solidária com apoio a célula social produtiva, difusão de tecnologias agroecológicas, jovens empreendedores rurais, fundo rotativo solidário, apicultura integrada e caprinocultura de corte.
Fonte:Blog do Professor Nonato Furtado
ONG já preparou mais de 350 jovens que ingressaram em Universidades em Fortaleza
A experiência de 15 anos da ONG Instituto Coração de Estudante e do Programa de Educação em Células Educativas (Prece), será aplicada para atrair a Pentecoste um pólo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), do Ministério da Educação. O movimento que neste período já levou mais 150 jovens do município para a UFC agora quer trazer a UFC e outras universidades para Pentecoste por meio de ensino a distância e semipresencial.
Sábado, 18/07/09, em Pentecoste, a implantação do Pólo da UAB foi discutida em seminário na Escola de Ensino Fundamental Francisco Sá organizado pelo Movimento em Defesa da Escola Pública. Participaram da mesa redonda o pró-reitor de Graduação da UFC, Custódio de Almeida, Manoel Andrade, do Prece, o deputado Ariosto Holanda e o tutor dos pólos da UAB em Tauá, Orós e São Gonçalo do Amarante, Raimundo Nonato Moura Furtado.
Ariosto Holanda propôs a construção de uma sala de videoconferência no Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Pentecoste para sediar a UAB e pediu à Secretaria de Educação do município para fazer um levantamento do número de professores que não têm graduação. Garantiu que irá levar o projeto ao presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, para conseguir bolsas para os professores. O deputado anunciou também que irá ao reitor da UFC, Jesualdo Farias, para defender o pólo da UAB e que destinará recursos de emendas para a construção de um Centro de Inclusão Digital (CID) no distrito de Várzea do Gado.
Nos cursos da UAB, 40 a 50% das vagas são destinadas a professores da rede pública, informou Custódio de Almeida. Ele disse ser contra a expansão da UAB da UFC que tem mais de 3 mil alunos na modalidade, enquanto não forem resolvidos problemas estruturais. O pró-reitor indicou como diferencial para aprovação do curso da UAB em Pentecoste a elaboração de um projeto de Aprendizagem Cooperativa semipresencial com a criação de células com estudantes que moram perto. Segundo ele, a experiência de 15 anos da Prece já levou mais de 150 alunos à UFC, graduou mais de 40, tem três estudantes no doutorado e sete no mestrado.
Custódio Almeida destacou que pela UAB a experiência do Prece passaria a ser exportada. Com a metodologia de aprendizagem cooperativa adotada pela Prece, disse ele, os estudantes aprendem a ser autônomos, se ajudam mutuamente, sabem o que querem e vão em frente: “este é o aluno do século 21 da sociedade da informação. O protagonismo juvenil é fundamental. Esta experiência sendo exitosa pode ser o modelo para vários pólos no Ceará”, afirmou. As inscrições para polos da UAB em 2009 já se encerraram, mas a proposta pode ser feita para o vestibular de 2010, informou.
Francisco Onias Oliveira Moreira Júnior, da Divisão de Projetos e Assistência Tecnológica do Instituto Centec, disse que o projeto de revitalização do CVT de Pentecoste inclui sala de videoconferência e biblioteca. Manoel Andrade observou que o maior gargalo hoje para ter o polo da UAB em Pentecoste “é a administração local”. O representante da Secretaria de Educação no seminário, François Martins, disse que o órgão tem interesse na implantação da UAB e solicitou vagas ao MEC no Plano de Ação que prevê a formação de professores. Segundo ele, o município não se saiu bem na avaliação externa e não teve nenhuma escola premiada.
Após palestra no tema “Capacitação Tecnológica da População”, Ariosto Holanda sugeriu à prefeitura de Pentecoste procurar um deputado para colocar recursos de emenda para a aquisição de computadores para todos os professores do ensino fundamental de escolas públicas do Município.
A vice-prefeita Ivoneide de Moura declarou não ter autoridade para definir a posição da Prefeitura, mas anunciou que irá falar com o prefeito. O polo da UAB, diz o pró-reitor de Graduação da UFC, é formado por um tripé: a UFC-MEC, que garantem o currículo e as bolsas para o tutor, a entidade que assegura a sala de videoconferência - o CVT - e o Município, do qual se espera apoio logístico. “Só falta ma perna. Mas esse banco não vai ficar manco”, disse a vice-prefeita. “Sem o apoio do município, é muito difícil”, afirmou Custódio Almeida.
Primeira célula de aprendizagem cooperativa começou em 1994 numa casa de farinha
A Iniciativa começou com apenas sete estudantes que se reuniam em uma velha e abandonada casa de fazer farinha em 1994 em uma comunidade rural do Cipó em Pentecoste. Hoje , “a saga de jovens do campo que, se ensinando mutuamente, ingressaram no ensino superior e retornaram para desenvolver suas comunidades de origem”, se estendeu a mais sete municípios: Apuiarés, General Sampaio, Paramoti, Umirim, Paracurú, Maracanaú e Fortaleza.
Os sete primeiros estudantes formaram uma célula de aprendizagem cooperativa e, através dessa estratégia de mútua educação conseguiram concluir o ensino fundamental e médio pela Educação de Jovens e Adultos e, posteriormente, ingressaram na Universidade Federal do Ceará, informa Manoel Andrade. Mais de 350 estudantes já ingressaram no ensino superior através do Prece - 40 já estão graduados.
A metodologia utilizada pelo Prece aliada ao fato de que grande parte do capital intelectual produzido pelas ações do programa ainda continuar envolvido com suas comunidades de origem tem contribuído fortemente para a produção de capital social na região, avalia o coordenador. Segundo ele, esse capital social pode ser evidenciado pela criação da tecnologia social das Escolas Populares Cooperativas (EPCs): “são organizações comunitárias geradas e geridas por estudantes ou ex-estudantes do PRECE que já ingressaram na universidade, mas que por cultivarem um forte sentimento de pertencimento a suas comunidades, continuam envolvidos com elas para buscar seu desenvolvimento”.
Manoel Andrade conta que os estudantes e graduados do Prece organizados em EPCs retornam de Fortaleza aos finais de semana para as suas comunidades de origem para desenvolverem muitos projetos que podem ser categorizados em três grande áreas de atuação, a saber: educação formal, desenvolvimento econômico, controle social e governança.
Na educação básica, ele acrescenta, o trabalho do Prece abrange cinco áreas: educação de jovens e adultos, pré-vestibular cooperativo, incubadora de células educacionais, formação do estudante cooperativo e ações de apoio ao estudante. No ano passado, o Movimento em Defesa da Escola Pública criou o observatório do eleitor, em que os candidatos a prefeito participaram de debates, realiza um programa de rádio, edita jornal comunitário e participa em conselhos municipais de educação. O seminário de sábado foi transmitido ao vivo pela Rádio AM Difusora do Vale do Curu. Na área de desenvolvimento econômico, a ONG exerce atividades de economia solidária com apoio a célula social produtiva, difusão de tecnologias agroecológicas, jovens empreendedores rurais, fundo rotativo solidário, apicultura integrada e caprinocultura de corte.
Fonte:Blog do Professor Nonato Furtado
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