Polícia Militar desamparada
PMs denunciam falta de fardamento, excesso de carga horária e atraso salarial
“Para o Ronda, dão tudo: fardas, viaturas... A gente não tem nada”. A afirmação é de um policial lotado na Compahia de Policiamento Rodoviário (CPRv), que preferiu não ser identificado. Em contato com a equipe do Jornal O Estado, ele relatou algumas problemáticas que envolvem a Polícia Militar: o atraso de seis meses do pagamento referente à Indenização por Reforço do Serviço Militar Operacional (Irso), que são as horas de folgas vendidas; a espera pelo novo fardamento, prometido ainda para esse ano; e as excessivas horas de trabalho.
Ele alega não receber fardamento há mais de dois anos. “Temos que usar todos os dias e eu só tenho essa”, disse, mostrando a farda, que já aparentava estar bem gasta. “Desde que a Lei Seca entrou em vigor, houve uma intensificada nas fiscalizações. São inúmeras operações e devido à carga horária exaustiva, os policiais acabam não rendendo e ficam mais expostos ao erro”.
De acordo com o coordenador geral de administração do Comando da Polícia Militar do Ceará, Lauro Carlos de Araújo Padro, foram aplicados cerca de R$ 7 milhões na compra do fardamento, que estão sendo entregues gradativamente. “A entrega está acontecendo através de lotes. Já receberam a Companhia de Eventos, o Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) e os PMs da Cavalaria. Os próximos a receber são os dos 5o BPM, 6o BPM e assim até o final do prazo”.
O fardamento da PM inclui botas, calça, duas camisas e gorro. Conforme o coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, a PM vai mudar de farda e as empresas que ganharam o processo licitatório em maio têm até setembro para entregar fardas aos 13 mil policiais militares. A prioridade dos fardamentos, segundo ele, é para cabos e soldados que atuam no policiamento das ruas e excepcionalmente para policiais de outras patentes.
A problemática também foi denunciada por um soldado que atua em um dos Batalhões da Polícia Militar (BPM), que também pediu para que sua identificação fosse preservada, por medo de represálias por parte de seus superiores. Segundo ele, os policiais militares do Ceará estão desamparados. “São exaustivas horas de trabalho e não ganhamos pelas horas extras. Fora o fardamento que eu tive que comprar”, relatou.
No dia da entrevista, o soldado estava com uma ocorrência em andamento. Tinha prendido um grupo de assaltantes às 12 horas e, às 16 horas, todo o efetivo ainda não tinha sequer almoçado. “O curioso é que, quando chegamos à delegacia com os presos, o almoço deles já estava esperando. É esse o tratamento de quem cuida da segurança dessa cidade”, afirmou o PM, que já tinha cumprido suas horas de trabalho e ainda estava na delegacia para apresentar os presos à autoridade policial.
» Servir e proteger 24 horas. O coronel Prado afirmou que a Polícia Militar não ganha remuneração referente a horas extras. “O que acontece é o oficial trabalhar na folga e receber, que é o Irso, e o comandante ainda vai avaliar se não fica exaustivo para o PM ficar sem a folga. A profissão é assim. A Lei prevê dedicação em tempo integral. O policial que realizou a prisão, deve levar à delegacia, ao IML para realização de exames. E isso leva tempo”, afirmou, lembrando da ocasião em que passou três dias trabalhando sem nenhum descanso.
Prado declarou que, ainda esse ano, uma minuta foi elaborada e, em breve, o Governo deve encaminhar uma mensagem à Assembleia Legislativa para que a carga horária dos policiais seja mais regrada. Declarou também que a Irso dos policiais da CPRv atrasou nos meses de janeiro e fevereiro, mas que a Polícia Militar já repassou a quantia aos PMs. Sobre a declaração do policial rodoviário de que para o “Ronda dão tudo”, o coronel afirmou que, desde a implantação do Programa, houve reclamação por parte dos demais policiais.
“Eles reclamavam da cor do fardamento. Já estamos mudando de cinza para verde. Falavam também das Hilux. Todas as viaturas estão sendo trocadas para Hilux. O mesmo aconteceu com o armamento e com o horário. Seja Ronda, Raio, Cotam, Gate, FTA, a Polícia Militar, é uma só”.
Fonte: Jornal O Estado
“Para o Ronda, dão tudo: fardas, viaturas... A gente não tem nada”. A afirmação é de um policial lotado na Compahia de Policiamento Rodoviário (CPRv), que preferiu não ser identificado. Em contato com a equipe do Jornal O Estado, ele relatou algumas problemáticas que envolvem a Polícia Militar: o atraso de seis meses do pagamento referente à Indenização por Reforço do Serviço Militar Operacional (Irso), que são as horas de folgas vendidas; a espera pelo novo fardamento, prometido ainda para esse ano; e as excessivas horas de trabalho.
Ele alega não receber fardamento há mais de dois anos. “Temos que usar todos os dias e eu só tenho essa”, disse, mostrando a farda, que já aparentava estar bem gasta. “Desde que a Lei Seca entrou em vigor, houve uma intensificada nas fiscalizações. São inúmeras operações e devido à carga horária exaustiva, os policiais acabam não rendendo e ficam mais expostos ao erro”.
De acordo com o coordenador geral de administração do Comando da Polícia Militar do Ceará, Lauro Carlos de Araújo Padro, foram aplicados cerca de R$ 7 milhões na compra do fardamento, que estão sendo entregues gradativamente. “A entrega está acontecendo através de lotes. Já receberam a Companhia de Eventos, o Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) e os PMs da Cavalaria. Os próximos a receber são os dos 5o BPM, 6o BPM e assim até o final do prazo”.
O fardamento da PM inclui botas, calça, duas camisas e gorro. Conforme o coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, a PM vai mudar de farda e as empresas que ganharam o processo licitatório em maio têm até setembro para entregar fardas aos 13 mil policiais militares. A prioridade dos fardamentos, segundo ele, é para cabos e soldados que atuam no policiamento das ruas e excepcionalmente para policiais de outras patentes.
A problemática também foi denunciada por um soldado que atua em um dos Batalhões da Polícia Militar (BPM), que também pediu para que sua identificação fosse preservada, por medo de represálias por parte de seus superiores. Segundo ele, os policiais militares do Ceará estão desamparados. “São exaustivas horas de trabalho e não ganhamos pelas horas extras. Fora o fardamento que eu tive que comprar”, relatou.
No dia da entrevista, o soldado estava com uma ocorrência em andamento. Tinha prendido um grupo de assaltantes às 12 horas e, às 16 horas, todo o efetivo ainda não tinha sequer almoçado. “O curioso é que, quando chegamos à delegacia com os presos, o almoço deles já estava esperando. É esse o tratamento de quem cuida da segurança dessa cidade”, afirmou o PM, que já tinha cumprido suas horas de trabalho e ainda estava na delegacia para apresentar os presos à autoridade policial.
» Servir e proteger 24 horas. O coronel Prado afirmou que a Polícia Militar não ganha remuneração referente a horas extras. “O que acontece é o oficial trabalhar na folga e receber, que é o Irso, e o comandante ainda vai avaliar se não fica exaustivo para o PM ficar sem a folga. A profissão é assim. A Lei prevê dedicação em tempo integral. O policial que realizou a prisão, deve levar à delegacia, ao IML para realização de exames. E isso leva tempo”, afirmou, lembrando da ocasião em que passou três dias trabalhando sem nenhum descanso.
Prado declarou que, ainda esse ano, uma minuta foi elaborada e, em breve, o Governo deve encaminhar uma mensagem à Assembleia Legislativa para que a carga horária dos policiais seja mais regrada. Declarou também que a Irso dos policiais da CPRv atrasou nos meses de janeiro e fevereiro, mas que a Polícia Militar já repassou a quantia aos PMs. Sobre a declaração do policial rodoviário de que para o “Ronda dão tudo”, o coronel afirmou que, desde a implantação do Programa, houve reclamação por parte dos demais policiais.
“Eles reclamavam da cor do fardamento. Já estamos mudando de cinza para verde. Falavam também das Hilux. Todas as viaturas estão sendo trocadas para Hilux. O mesmo aconteceu com o armamento e com o horário. Seja Ronda, Raio, Cotam, Gate, FTA, a Polícia Militar, é uma só”.
Fonte: Jornal O Estado
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